quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Capítulo I - Por las calles desconocidas*

Parte I - Amnesia (ou Por Onde Andam Meus Sentidos?)

Pela madrugada, a fora, moram sensações que são indescritíveis quando se está sozinho, perdido, vagando por caminhos desconhecidos e, não raro, desertos, lugares onde a escuridão predomina, e onde os poucos raios de luz servem mais para amedrontar que para ajudar a enxergar. Na madrugada, qualquer forma pressupõe a existência de uma extracorporalidade ameaçadora, a ponto de nos tocar, nos cooptar, nos possuir e, vagarosamente, dilacerar nossa carne, de dentro para fora. Essa sensação de vulnerabilidade, esse constante estado de paranoia, essa perseguição invisível... E em todo barulho, um silêncio ensurdecedor, todos os pensamentos gritando em várias vozes, uma Babel de entendimentos que não são possíveis, um Castelo de Siling a céu aberto. O terror ronda a alma daqueles que se encontram na escuridão da noite.
Assembler. Kosmur. Arte Digital.

O que aconteceu? Como vim parar aqui? Que lugar é esse tão sombrio, tão assustador? Preciso chegar em algum lugar, mas não sei onde comecei essa história de horror. Preciso me concentrar e tentar entender o que está acontecendo. A verdade é que nem sei quem sou. Esse lugar, essa escuridão, parece que estou num deserto escuro. Tem alguém aí? Grito e só os ecos de minha voz me respondem, incessantemente, como se necessário fosse que eu escutasse e percebesse que eu sou minha única companhia. Procuro por um lugar para encostar, mas meu corpo nunca toca em nada, sem paredes, escuridão eterna, será que estou cego, os fios de luz negam essa dúvida. Que lugar é esse? Infinito, vazio... Sou eu, infinitude, vazio, está dentro de mim... Quem sou eu? O que aconteceu? Onde estou? No meu próprio inferno, andando por ruas desconhecidas...

*Por ruas desconhecidas

CONTINUA... 

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